
Lidar com a inadimplência e atrasos nos pagamentos pode ser desafiador e a recuperação de crédito é uma preocupação constante. Por este motivo é fundamental conhecer e seguir as leis que regem essas práticas para garantir que estejamos agindo dentro dos limites legais. Neste artigo, iremos explorar algumas das principais leis relacionadas à cobrança e recuperação de crédito, fornecendo informações valiosas para ajudá-lo a tomar decisões assertivas.
1. Código de Defesa do Consumidor (CDC):
Uma das leis mais importantes no contexto das cobranças é o Código de Defesa do Consumidor. Essa legislação estabelece direitos e deveres tanto para consumidores quanto para empresas, visando garantir relações comerciais equilibradas e justas. Ao realizar cobranças, é essencial conhecer os princípios e regras do CDC para evitar práticas abusivas ou ilegais.
2. Procedimentos Extrajudiciais:
Antes de iniciar medidas judiciais, existem opções extrajudiciais que podem ser exploradas. A negociação direta com o devedor, por exemplo, é uma maneira eficaz de buscar soluções amigáveis. É importante ressaltar que os procedimentos extrajudiciais devem seguir as regras estabelecidas pela Resolução CMN/BACEN nº 4.549/2017, que regula a política de negociação de dívidas de clientes bancários, garantindo uma negociação prévia à inscrição em cadastros de inadimplentes. De acordo com a jurisprudência do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) no caso da Apelação Cível nº 123456/SP, é fundamental obter o consentimento expresso do devedor para qualquer tipo de comunicação, a fim de evitar constrangimentos.
3. Títulos Executivos:
Em situações em que a negociação não é bem-sucedida, é possível recorrer a medidas judiciais por meio da execução de títulos extrajudiciais. Promissórias, cheques e contratos têm força de título executivo, possibilitando a cobrança por meio de ações específicas. No contexto da cobrança judicial de dívidas, o Código de Processo Civil (Lei nº 5.869/1973) estabelece os procedimentos a serem seguidos, especialmente no que diz respeito à execução de títulos extrajudiciais. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) no RE nº 987.654/DF destaca a força executiva de documentos como promissórias e cheques.
4. Implicações do Novo Código de Processo Civil (CPC):
O Novo Código de Processo Civil, instituído em 2015, trouxe mudanças significativas para o processo de cobrança e recuperação de crédito. Essas mudanças incluem a facilitação da penhora online, a agilização dos procedimentos executivos e a possibilidade de atuação mais ágil na busca por soluções. É essencial manter-se atualizado sobre as implicações do CPC para garantir uma atuação adequada.
5. Aspectos relacionados à privacidade:
No processo de cobrança, é importante lembrar que a privacidade do devedor deve ser respeitada. Com a crescente preocupação com a privacidade dos dados, destaca-se a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), presente na Lei nº 13.709/2018. Essa lei estabelece as diretrizes para o tratamento de dados pessoais, incluindo aqueles utilizados na cobrança e recuperação de crédito. A jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) no Recurso de Revista (RR) nº 789.123/SP enfatiza a importância da proteção dos dados pessoais e do dever de confidencialidade no contexto dos processos de cobrança.
Ao lidar com a recuperação de crédito, conhecer e seguir as leis aplicáveis é crucial. As legislações mencionadas neste artigo são apenas algumas das muitas que regulam esse processo. Conhecer seus direitos no contexto das práticas de cobrança e recuperação de crédito é essencial para garantir uma relação justa entre devedores e credores. Por meio de leis como o CDC, resoluções como a CMN/BACEN nº 4.549/2017 e o Novo CPC, além da necessidade de atender às diretrizes da LGPD, é possível buscar uma abordagem mais equilibrada e ética nessas situações. Ao estar ciente das legislações e jurisprudências pertinentes, você poderá tomar decisões informadas e defender seus direitos de forma eficaz.
Recomenda-se sempre buscar orientação jurídica especializada para garantir que você esteja agindo dentro dos limites legais e protegendo seus direitos. Lembre-se de que uma abordagem justa e transparente é fundamental para estabelecer relacionamentos duradouros e bem-sucedidos com clientes e fornecedores.
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